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A mostrar mensagens de junho, 2009

Até a Ti

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Foi num momento como este, que desejei nunca acabar, Acordei numa corrida contra o tempo, para poder o relógio não me atrasar, voei até ao autocarro que se apressava a sair, amarrei os atacadores destes sapatos só pensará em ti, o sol teimava em aparecer, andava eu aos saltos, as estradas pareciam se abrir em buracos, só queria chegar até a ti, o vento já andava a roubar casacos, dos grandes estendais, roupa de filhos e pais, parou na estação saí sentido agonia, parecia que nunca mais chegava este dia, contra Zeus ou Júpiter,com ajuda de Vénus, eu cheguei finalmente ao destino, sabes quem olhava por nós, Jesus, tua beleza sobre mim pairava, eu a ti desejava, caíste nos meus braços, senti o teu calor, o amor dava laços, nos amarrava mas não sentimos dor, e nos beijamos intensamente, eu senti te em mim fogosamente, a vida ali contigo tinha sentido, era o momento ideal, era um segundo, minuto corrido, queria ser o tal, ser o teu anjo angélico, sentir este peso metálico, doí todos os dias,...

Velha Lisboa

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Velhos logaritmos, Longos caminhos marítimos, Viagens recordadas, Tempos del-rei, Riquezas encontradas, Rosas encantadas, Uma geração de afonsinhos, Acampados em ninhos, Um verdadeiro pombal, Uma batalha naval, Sobreviveu a cidade, ergueu se por mar, Duradoura povoação, Histórica e medieval, Esconde o passado renascentista, Monumento amado, Vida de artista, Estilo manuelino e divinal, Um dia rainha, um dia perdida, A cada minuto, hora erosiva, Morte decadente, De um tesouro, Outrora ouro... o poeta

Perdição

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ao subir esta escada, me lembro cada beijo que te dei, em cada degrau uma recordação, subo até a esta velha e esquecida moradia, cansado e nervoso, irriquieta abominação, momento assombroso, penitência irradiada, frequência absoluta máxima, onde está a minha auto-estima, onde carece esta vida que herdei, onde me leva esta brisa reduzida, este balanço carnal, caminhos ofensivos e sem retorno, nunca senti carisma espiritual, tentação culminada em situação vivida, pareço um forno, sinto a pele a ferver, o corpo a estremecer, esta agonia prestável, monotonia descartável, corro entre as paredes desta imaginária gruta, deste pequeno esconderijo onde me refugio, preciso da tua fruta, necessito do teu amor, valentia dor, que me corre nas veias, grandes tareias, que me elevam na assombração, e me fazem perder a razão, e enfraquecer este coração, que um dia será perdição... o poeta

Memória em Trânsito

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Bolha de sabão, Profunda ilusão, Vives num labirinto, Procuras liberdade, Sentes te faminto, Escondes o desassossego, Sentes o teu ego, Foge, liberta te, Dessa memória sem idade, Consciência concreta, Irrealista e abstracta, Psicologia infantil, Tempestades e águas mil, Perfeccionismo idiota, Perde-se uma frota, Ganha se uma batalha, Derrota se uma tormenta, Um folgo de liberdade, Sem poeira ou falha, Fuga enraizada, Deste bosque delinquente, Agonia passada, Verdade eloquente, Um laço de Primavera, Destrói a angústia, Amacia a revolta, Visa um futuro alegre, Um pequeno suspiro breve, Um grito se solta, Um caminho ou via, Ditado de bonança, Revela se mudança, Adeus tristeza, Anuncia se fortuna, Uma volta à rotunda, Cheirar uns cravos, E esgotar a voz, Um esquilo rebola um pequena e robusta noz, Pairo no tempo e descanso... o poeta

A Despedida

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Choro nesta solidão, espada que trespassa, que a morte me leve, deixei de ser um herói, agora sou um vilão, porque comi esta linda maçã, agora só solidão, agora só um coração que doí, Eu olho o passado, destino malvado, fizeste de mim um túmulo, uma alma sem rosto traçado, um desequilibrado cúmulo, agora sei que não me amas, o meu corpo prende se em chamas, no coração carrego muita tristeza e desgosto, vim caminhando sem forças... Apenas te olharei em lágrimas, sei que é duro, sei que é cruel, vida sem prumo, estrutura de papel este amor perdeu carisma, um eloquente prisma, vertiginosa ternura, doença pura, mas preciso terminar este processo. Vim dizer um doloroso adeus, aguenta me meu Deus, perco as forças, perco os sentidos, medos temidos, espelhos de poças, transparências mortas, destinos sem portas, e eu caio nesta enorme redundância, rolam recordações neste consciente, como se fossem naus rumo ao oriente, ao desconhecido que ficou conhecido, liberto me desta penitência, rotativida...

A noite Dança

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O vento sopra intensamente, As folhas levantam se bruscamente, Apanham este veleiro antigo, Mas que sobrevive em terras longínquas, Leva multidões, Mergulha sete mares tormentosos , Bravescas águas , Sente o cheiro a trigo, Medo dos leprosos, Iça se sem remorsos, Chegou a bonança, A noite dança e tu descansas... o poeta

Pequena Flôr

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uma flor de cor purpura, eu olho uma pétala de vida pura, um estame de um fogoso magnetismo, parece que sinto de baixo de mim um sismo, sua seiva é doce, seu olhar cativo, parece castigo, eu não quero ser trigo, nem quero ser relativo, eu quero ser você, quero ser uma abelha para te poisar, quero te poder acariciar, que é isto que me consome, parece fogo que me destroi , boca que me come, a alma me doí , que ardor, suor, deve ser amor, e eu não consigo controlar, só te quero amar, que vida, que momento, vou ficar aqui neste banco de sofrimento, vou ficar aqui contigo, deixar te sozinha??? não consigo, adeus solitária juventude, não quero ser rude, mas aqui neste jardim vou pernoitar, quero ser teu amigo, e nunca te deixar. o poeta

Sentimentos Obscuros

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Combinação de sais, Momentos esplêndidos, Um cume de minerais, Diamantes e rubis , Sento-me a mirar a lua, O esplendor da noite, Um cometa fugaz, Nem que pernoite, Uma estrela cadente aqui jaz, Irei encontra-la nua, crua, Pedirei a Júpiter, Vénus, Marte, Enviarei recomendações a Baco, Apenas um desejo individual, Um cristal opaco, Um momento de arte, Uma flor celestial, Um beijo de donzela, *Uma viagem ao céu, O quero, Não sei, O que me abate o coração, Desfaz-me a alma, Passos assombrosos, Foi o olhar dela, Naquele esplêndido véu, Ai tempos tenebrosos, Almas e penedos, Transpirações e medos, Serei mais uma vitima, Cálice do meu sangue, O destino me caiu em cima? Será, porquê? Foi esta veia que acordou, Esta seringa que me tocou, Viver e sofrer, Querer e não poder, Sentir esta ardência, Um cheiro sem essência, Olhar o dia como se fosse escuro, A noite sem luz, A chuva que não cai é pura, Desfaz o terço e a cruz, O monumento del rei, Eu vacilo e deito-me nesta poça, Neste buraco singel...