A Despedida


Choro nesta solidão,
espada que trespassa,
que a morte me leve,
deixei de ser um herói,
agora sou um vilão,
porque comi esta linda maçã,
agora só solidão,
agora só um coração que doí,

Eu olho o passado,
destino malvado,
fizeste de mim um túmulo,
uma alma sem rosto traçado,
um desequilibrado cúmulo,
agora sei que não me amas,
o meu corpo prende se em chamas,
no coração carrego muita tristeza e desgosto,
vim caminhando sem forças...


Apenas te olharei em lágrimas,
sei que é duro,
sei que é cruel,
vida sem prumo,
estrutura de papel
este amor perdeu carisma,
um eloquente prisma,
vertiginosa ternura,
doença pura,
mas preciso terminar este processo.

Vim dizer um doloroso adeus,
aguenta me meu Deus,
perco as forças,
perco os sentidos,
medos temidos,
espelhos de poças,
transparências mortas,
destinos sem portas,
e eu caio nesta enorme redundância,
rolam recordações neste consciente,
como se fossem naus rumo ao oriente,
ao desconhecido que ficou conhecido,
liberto me desta penitência,
rotatividade sem limites,
e desejo te uma vida de projectos,
de ilusões realizadas,
com muitos tectos,
de firmeza e tristezas esquecidas,
verdades passadas,
se encontraram sem medidas


Uma raiz quadrada será relembrada,
um numero sem virgulas,
uma vida de gulas,
que sejas amada,
eu vou ficar nesta tempestade,
vou deixar cair esta água sobre mim,
esquecer pensamentos, é um fim,
uma vida de caridade,
um mundo por descobrir,
eu voltarei a sorrir,
iço esta vela de esquecimentos,
lanço me neste mar sem sofrimentos,
para um futuro encontrar,
uma terra firme e calma onde pensarei e descansarei,
a deliciar o som deste mar,
que um dia encontrei...

o poeta

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