Sombras


caindo em campos,

caindo por terras despidas,

contando pétalas mordidas,

da vida selvagem,

da curta viagem de seres empobrecidos,

sento me num velho rochedo,

não tenho pressa nem medo,

a noite chega dentro de minutos,

vem congelar almas moribundas,

é uma sombra fugitiva,

corre por vales e montanhas antigas,

conhece o labirinto por onde se esquiva,

abro a boca bocejando,

entre paredes de pedra vou saltando,

algumas mais velhas do que a minha idade,

cegas da maldade,

da vivacidade dos agricultores enriquecidos,

recordam passados esquecidos,

o árduo trabalho dos primeiros

dos verdadeiros homens da terra mãe,

agora o homem é máquina,

a pátria vai perdendo uma quina,

caindo em ilusões,

seremos um dia defuntos,

seremos um dia relembrados,

fomos um império,

Reis deste mundo,

agora somos um fundo,

construimos a pobreza,

onde está nossa pureza?

a nossa riqueza?

perdidos nesta rota,

enfraquecidos nesta frota,

sem mapa e rumo,

rezando por justiça,

por um dia de bonança...







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