Afinidade Temporal

Por entre ventos fortes eu caminho,
chuvas torrenciais,
minha cabeça parece um remoinho,
as folhas que caem parecem furiosas,
as abelhas estão curiosas,
procuram um abrigo para se refugiar,
eu apenas procuro o teu olhar,
sentado a beira-mar,
palpita me memórias fogosas,
lembranças amorosas,
quero cair nesta onda enorme,
ficar enraizado nela,
fustigado por  uma caravela portugesa,
sentir o calor de uma vela acesa,
como se fosse o teu corpo no meu,
as profundezas do teus lábios consomem me,
és a água pura que procuro,
o meu passado, presente, futuro,
a cada minuto,
a cada segundo,
és o meu fruto,
sejas proibido ou não,
quero mergulhar e te encontrar,
posso até morrer numa prisão,
mas eu quero te ter por um momento,
e morrer contigo no tempo.


Comentários

Filipa disse…
já não te lia há tanto tempo, poeta :D soube bem vir aqui e sentir essa brisa e contemplar essa paisagem.
beijo

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