Coração Natalicio

Estamos em Novembro,
penso em Dezembro,
cheira me a natal,
aquelas refeições deliciosas,
sobremesas amorosas,
a minha casa enfeitada,
a mesa preparada,
a família toda unida,
mas sinto me tão pouco realizado,
esqueço me da vida,
saio a rua por uns momentos,
um frio de arrepiar,
congela me a alma,
mastigo rebuçados "Mentos",
a noite esta calma,
debruço me sobre uma cadeira húmida,
de repente tenho uma visão,
vejo tristeza,
enorme pobreza,
uma multidão de esfomeados,
pouco agasalhados,
apenas cobertores sujos e enrugados,
oiço o roncar dos seus estômagos vazios,
alguns caidos em contentores,
rios de lágrimas,
presos ao destino de Deus,
rezando pedem salvação,
aos ricos da nação,
embrulhados em presentes milionários,
palpitando em amnésia,
habitantes de falésia,
despreocupados do país relaxam,
destroem e estragam,
o nosso espaço,
passeiam pelo paço,
de olhos vendados,
por Lisboa,
mal-humorados,
regresso á mesa recheada,
abstenho me do que sonhei,
oh minha família amada,
festejemos este dia.

o poeta

Comentários

Lindo, man adoreei *__*
precisam mais do que nós.
Não importa se os teus poemas rimam ou não, o que importa é que sejam aquilo que sentes dentro de ti,acredita! Por acaso tens algum guardado no computador? se assim tivesses, gostaria de o ler. Agradecia que quando publicassem o vosso poema em conjunto, me mandasses um comentário a avisar. Enorme beijo

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