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A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Sentimentos Aprisionados

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Junto a um precepício, o vento levou me uma lágrima, uma gota de sentimento meu, não é vicio, nem caiu de cima, corre me nas veias, este bip de voltagem me castiga, o teu olhar me fascina, sem os teus beijos sinto fadiga, lábios monumentais, parecem cristais, arredondo este sofrimento, abriu se por não te ter, apenas por te querer, esse brilhozinho me encantou, cresceu em mim um fogo escaldante, um calor intensificante, amo te, adoro te, sem ti sou um escrúpulo, pequeno e desajeitado crespúsculo, se uma estrela me guiar, um desejo irei criar, ter te ao meu lado e te amar...

Sombras

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caindo em campos, caindo por terras despidas, contando pétalas mordidas, da vida selvagem, da curta viagem de seres empobrecidos, sento me num velho rochedo, não tenho pressa nem medo, a noite chega dentro de minutos, vem congelar almas moribundas, é uma sombra fugitiva, corre por vales e montanhas antigas, conhece o labirinto por onde se esquiva, abro a boca bocejando, entre paredes de pedra vou saltando, algumas mais velhas do que a minha idade, cegas da maldade, da vivacidade dos agricultores enriquecidos, recordam passados esquecidos, o árduo trabalho dos primeiros dos verdadeiros homens da terra mãe, agora o homem é máquina, a pátria vai perdendo uma quina, caindo em ilusões, seremos um dia defuntos, seremos um dia relembrados, fomos um império, Reis deste mundo, agora somos um fundo, construimos a pobreza, onde está nossa pureza? a nossa riqueza? perdidos nesta rota, enfraquecidos nesta frota, sem mapa e rumo, rezando por justiça, por um dia de bonança...

Passagens

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Voam virgulas, cruzam se pontos, pausas e paragens, ouvem se harmoniosos contos, fazem-se viagens, para onde nos leva o tempo, este destino emparelhado, fogosa azafama da vida, acelera e desacelera a passos largos, sento me num telhado, sinto o sucumbir deste velho canto, lembro o chilrear de passaros, voando sobre o manto, aterrando aqui e acolá, momentos raros, dispersa se a juventude, está tudo tão rude, erguem se tempestades, já não oiço a bonança, só mudança, grandes fraudes, decapitam o mundo, cegam a natureza, flutuam neste barco de tristeza, quando, não sei, morrerá no fundo...